Como montar um curso profissionalizante?
Você está precisando saber como montar um curso profissionalizante? Primeiro, nossos parabéns: empreender na educação é um trabalho nobre e que engrandece todo o país.
Mas nós sabemos que abrir uma escola não é o trabalho mais fácil do mundo. Além da legislação comum para abertura de novas empresas, também é preciso considerar as específicas do setor educacional.
E indo além da legislação, você também precisa considerar vários pontos pedagógicos e estruturais para que a sua escola se mantenha sempre competitiva no mercado.
Hoje vamos falar de tudo isso na prática. Começando com o mais complicado:
O que é preciso para montar um curso profissionalizante?
Primeiro, vamos abordar a legislação do curso profissionalizante. Mas antes, precisamos deixar alguns pontos claros.
Como montar um curso profissionalizante é o mesmo que montar uma empresa - mas com alguns passos extras - você ainda precisa considerar as regras para abertura de CNPJ em vigência.
O primeiro passo é ter um contador. Apesar de a abertura da empresa junto ao Simples Nacional não requerer esse profissional, a gestão contábil e o envio de informações junto à receita sim.
Você pode trabalhar com um escritório de contabilidade, com contadores por demanda ou um advogado.
Também é necessário ter uma reserva de capital para pagar as taxas junto às juntas comerciais do seu município, além dos honorários da contabilidade.
Elas variam bastante. Em São Paulo, por exemplo, o valor do alvará + a taxa da junta chega a R$ 400, enquanto o Rio de Janeiro cobra R$ 1.500, em média.
Além desses pontos, também é necessário:
- Elaborar o plano de negócios;
- Determinar o tipo de empresa: microempresa ou empresa de pequeno porte;
- Definir a Natureza Jurídica - EI, SLU ou LTDA.;
- Escolher o CNAE (normalmente é o CNAE 8541-4/00);
- Determinar o regime tributário - Simples, Lucro Presumido ou Lucro Real;
- Elaborar o contrato social;
- Registrar a empresa e tirar alvará;
- Fazer a inscrição estadual ou municipal;
Esses são os pontos principais para a abertura de uma empresa.
Mas para montar um curso profissionalizante, você ainda precisa levar alguns outros pontos em consideração:
Legislação para abertura de curso profissionalizante
Primeiro, precisamos determinar se a categoria da sua escola profissional. Há duas: o ensino livre e o ensino técnico.
No ensino livre - nomenclatura da própria LDB - não há normas regulatórias do MEC para a sua criação, e não há nenhuma regulamentação do MEC para a emissão do seu certificado.
Ou seja: o certificado não é reconhecido pelo MEC como comprovação de conclusão de curso superior ou técnico. E o MEC não precisa autorizar a criação da escola.
Isso é o que diz a LDB no seu Artigo 7º:
Art. 7° da Lei n° 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases): O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:
I – cumprimento das normas gerais da educação nacional e do respectivo sistema de ensino;
II – autorização de funcionamento e avaliação de qualidade pelo Poder Público;
III – capacidade de autofinanciamento, ressalvado o previsto no art. 213 da Constituição Federal.
A única forma de um curso profissionalizante enquadrado como curso livre ter um diploma reconhecido é através de associações independentes como sindicatos e outras cooperativas, e somente para a função determinada.
O curso técnico é diferente: ele é reconhecido pelo MEC e tem várias regulamentações e pré-requisitos mínimos que constam na LDB, e só pode ser ministrado por instituições de ensino técnico e tecnológico, essa última uma IES - Instituição de Ensino Superior.
Quem pode ministrar um curso profissionalizante?
Como montar um curso profissionalizante é uma iniciativa livre da educação privada, não é obrigatório nenhum currículo mínimo para a contratação de professores.
Também não é necessário fazer concursos nem usar critérios definidos pelo MEC na hora da seleção dos seus professores.
A questão é o mercado regional e nacional. São eles que vão determinar quem vão ser os seus professores.
Você vai precisar estudar as certificações dos seus concorrentes, para entender quais são os órgãos que sinalizam para as empresas que aquele curso é bom, e à partir daí tentar entender qual é o perfil dos professores contratados.
Por exemplo: um curso de paletização avançada com operação de empilhadeiras é livre para a iniciativa privada. Mas os profissionais precisam ser certificados nas Normas Regulatórias 11 e 12 da ABNT.
Dessa forma, apesar do seu curso não ser regulado pelo MEC, você precisa de profissionais da Segurança do Trabalho para formar seus profissionais.
Curso profissionalizante online ou presencial?
Como montar um curso profissionalizante depende bastante de qual é a sua área de atuação, vai ser bem difícil determinar qual é a melhor modalidade de ensino sem conhecer a sua empresa.
No exemplo que damos logo acima, do curso para operação de empilhadeiras, uma escola que só oferece EaD está em uma desvantagem óbvia para com as que têm aulas presenciais.
Óbvia porque é preciso operar as empilhadeiras.
Outros cursos mais simples podem ser feitos de forma online sem problemas. Aliás, existem milhares e milhares de cursos pela internet que funcionam melhor pelo EaD.
É tudo uma questão do que funciona melhor para você e para os seus alunos.
5 passos para montar um curso profissionalizante
Tudo certo com a legislação até aqui? Vamos fazer um resumo rápido para passarmos para o próximo assunto:
- Montar uma escola de cursos profissionalizantes é como montar uma empresa;
- Por isso, toda a burocracia das empresas precisa ser seguida;
- Cursos livres não precisam de autorização do MEC;
- Seus certificados são específicos e não determinam nível técnico para os alunos;
- Qualquer pessoa pode ser um professor em um curso livre profissionalizante;
- O que determina os professores é a aceitação do mercado.
Tudo certo até agora? Então vamos para os cinco passos pedagógicos e corporativos para montar um curso profissionalizante:
1 - Como fazer análise de mercado educacional?
Um ponto fundamental para montar um curso profissionalizante é fazer uma análise bem aprofundada do mercado educacional que você está se inserindo.
O primeiro ponto é entender quais são as principais entidades que dão o aval para cursos mais aprofundados e específicos, como nosso exemplo das empilhadeiras.
Isso é importante porque, contando com o apoio dessas entidades, você aumenta sua rede de contatos e tem um curso com um valor de mercado maior.
Os próximos pontos são os do plano de negócio: você vai precisar estudar sua concorrência para entender quais são suas oportunidades, fraquezas e oportunidades no novo mercado.
Faça assim:
Monte uma lista dos principais cursos profissionalizantes da sua região;
Busque mais informações desses cursos via site, telefone ou com antigos professores e alunos;
Tome nota de todos os pontos positivos e negativos desses cursos;
Compare suas notas com o que você oferece nos seus cursos;
Crie estratégias para vencer os principais desafios que a concorrência oferece: fatia do mercado, preço e reconhecimento dos alunos.
2 - Como encontrar os professores?
O melhor jeito de encontrar bons professores é através de conexões no seu mercado educacional e com as empresas que empregam alunos desses cursos.
Muitas vezes os professores saem dessas empresas e passam a ministrar aulas.
Outras associações locais, como o SINE da sua região, o SEBRAE e o CDL também vão ter um banco de talentos para te ajudar nas buscas iniciais.
Não se esqueça do LinkedIn: ele é particularmente útil para quem trabalha com cursos EaD, já que a localização geográfica não é um empecilho nesses casos.
3 - Como captar alunos?
O trabalho de captação de alunos com certeza vai ser o mais complexo que você vai fazer. Além de ser necessário colocar em prática métodos de marketing educacional, também será necessário um investimento constante, que nunca termina.
Nós temos um texto muito aprofundado sobre captação de alunos e estratégias de marketing digital. Vamos fazer um breve resumo, leia o texto completo no link:
Você vai precisar de um site para conseguir colocar todas as estratégias do marketing digital para funcionar;
Fazer um perfil nas redes sociais também é um pré-requisito básico;
Você precisa fazer um bom estudo de palavras chave para identificar como as pessoas da sua região buscam seus serviços no Google;
Será necessário criar um blog para abordar palavras chave mais gerais, não relacionadas ao seu negócio;
Você vai precisar criar grupos de anúncios no Google e na Meta para começar a trazer tráfego para o seu site.
Esses são os pontos básicos, que expandimos no texto linkado acima. Não deixe de ler para saber mais!
4 - Como preparar sua estrutura?
Como montar um curso profissionalizante sem mesas, cadeiras, ar condicionado, lousa e computadores?
Não é possível nem começar sem essas necessidades básicas resolvidas.
O seu investimento precisa ser proporcional ao que você quer atingir, é claro. Nós temos um texto com várias listas de equipamentos escolares que você precisa comprar quando abrir. É só clicar no link e conferir.
5 - Como fazer a gestão da escola profissionalizante?
O melhor jeito de fazer a gestão da escola profissionalizante é através da ajuda de profissionais experientes, que já trabalharam em escolas antes.
Isso porque, apesar da sua característica profissional, a secretaria e a coordenação vão estar lidando com aspectos burocráticos bem parecidos com o de outras escolas.
Notas, diário, faltas, biblioteca: tudo isso e mais um pouco pessoas que já trabalharam em escolas básicas, médias ou superiores já sabem bastante.
O segundo passo é contar com um sistema de gestão. Através dele, você vai automatizar todos esses pontos que mencionamos e mais alguns.
E para fechar esse assunto e também o texto, te convidamos a deixar a sua gestão ainda mais eficiente através dos KPIs para escolas particulares.
Eles têm o potencial de transformar seu negócio através da coleta e boa interpretação de dados. E para quem está começando agora a montar seu curso profissionalizante, estabelecer essas metas vai te ajudar bastante no futuro.
Te espero no texto. Obrigado pela leitura e a gente se vê!
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