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Censo Escolar 2021: 5 indicadores da educação privada

Censo Escolar 2021: 5 indicadores da educação privada

Equipe iScholar

O Censo Escolar 2021 trouxe noções muito importantes sobre a educação no Brasil. Aliás, em todas as suas edições ele traz ótimas informações. O complicado, muitas vezes, é entender o que os dados estão realmente querendo dizer.

Por exemplo: um dos pontos que o Censo Escolar trouxe em 2021 foi a questão da evasão escolar. Ela ficou muito acentuada na pandemia, e afetou principalmente as escolas públicas.

Só que para chegar nessa conclusão, você precisaria ler e interpretar os dados com muita atenção, somando e subtraindo porcentagens para chegar em uma interpretação. Isso é bem trabalhoso e leva um tempo que pouca gente tem disponível.

Bom, nossa função aqui no blog é justamente fazer esse trabalho de interpretação pra que você não precise. E hoje vamos nos aprofundar no que o Censo Escolar 2021 nos trouxe de informação para entender os rumos da educação hoje.

O que é o Censo Escolar 2021?

O Censo Escolar é um documento elaborado todo ano para reunir informações sobre o estado da educação no país. Ele, como você já deve saber, é obrigatório e acontece em toda última quarta feira do mês de maio. Há até uma portaria que define esse dia como o Dia Nacional do Censo Escolar.

O Censo Escolar ajuda os governos a se guiar em políticas públicas de um jeito mais certeiro, com os dados na mão. É só assim que medidas para a melhoria da educação podem ser bem implementadas.

Você pode baixar todos os resultados do Censo Escolar 2021 completamente de graça. O problema maior mesmo é só navegar pelos resultados: eles são um pouco complexos.

Um exemplo pra você ter uma ideia. Os resultados abaixo estão relacionados com a média de carga horária de cada escola:

Captura de tela mostrando a média de horas aulas por escola do Censo Escolar 2021

Olha aí: são mais de 150 mil linhas. Para a coletiva de imprensa, o Censo Escolar faz um trabalho mais amigável de acompanhar, mas pouca gente acaba lendo o documento inteiro, preferindo se guiar pelos resumos bem específicos da mídia.

A mídia, sendo específica, acaba não dando atenção a alguns indicadores que são muito importantes para as escolas.

Mas para deixar mais simples e abranger todos os tópicos importantes, separamos os 5 principais pontos do Censo Escolar 2021 no próximo tópico.

Os principais indicadores do Censo Escolar 2021

O Censo Escolar 2021 tem vários pontos importantes para as escolas particulares. Além dele mostrar a situação educacional do país como um todo, ele também traz dados que se traduzem em oportunidades para as instituições privadas.

Só um exemplo que foi até noticiado na mídia: enquanto a taxa de evasão e abandono subiu nas escolas públicas (mais do que dobrou, aliás), a das escolas privadas se manteve estável.

O que isso consegue nos dizer sob um ponto de vista estratégico? Que se a sua instituição está perdendo alunos, esse é um fenômeno isolado, específico para a sua escola, e que portanto pode ser corrigido.

Nesse texto, focamos em dados assim - aqueles que trazem junto uma oportunidade, uma estratégia, ou um aviso de atenção.

Veja os principais indicadores que encontramos. Você pode acompanhar o documento completo para a imprensa clicando aqui.

Taxa de matrículas nas escolas privadas X públicas (2017-2021)

Esse é um dado importantíssimo de ter, porque ele aponta uma queda substancial nas matrículas das escolas privadas de educação infantil que vem acontecendo nos últimos 5 anos.

Pra você ter uma ideia: Em 2017, foram 8.887.061 de matrículas nas escolas privadas. E em 2021, foram 8.136.345. Foi uma queda de 10%, enquanto a rede pública se manteve praticamente estável.

Veja no gráfico:

Captura de tela mostrando a evolução de matrículas por rede de ensino na educação básica do Censo Escolar 2021

Lembrando que esse gráfico está relacionado com as matrículas na educação básica: educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. Na pré escola, a queda entre 2019 e 2021 foi ainda mais acentuada, chegando a 26%.

Veja no gráfico:

Captura de tela mostrando a evolução de matrículas na pré escola por rede de ensino do Censo Escolar 2021

Esse é um momento difícil para as escolas particulares. Essa queda, segundo especialistas, está muito relacionada com a crise econômica causada pela pandemia da Covid-19.

Seja qual for o motivo, esse é um momento de alerta para a educação privada. Mais ações precisam ser feitas para a captação de alunos, e muito mais precisa ser investido para a retenção desses alunos.

A escola particular é uma aliada importantíssima da educação brasileira, já que as melhores escolas do país são, em sua maioria, privadas.

Essa situação precisa ser contornada com muito cuidado e estratégia. E saber do que está acontecendo é o primeiro passo que você está dando.

Matrículas no ensino médio na rede privada

Precisamos fazer outro tópico para mencionar especificamente o ensino médio, que apesar de ter apresentado queda na série histórica (2017-2021), mostrou uma boa recuperação em 2021.

O ensino médio é a “grande estrela” das escolas particulares por conta da sua importância no ENEM e nos Vestibulares. Mas é importante lembrar também que, entre todas as escolas particulares, as que oferecem ensino médio são a minoria.

O Censo Escolar 2021 nos mostrou que a menor quantidade de matrículas foi no ensino médio. São menos escolas, porque a parcela da população entre 15 e 17 anos também é menor, segundo o Observatório Nacional da Criança e do Adolescente.

Mas ao mesmo tempo, mesmo com menos matrículas, o ensino médio se manteve com a menor queda de matrículas nas escolas particulares. Veja o gráfico:

Captura de tela mostrando a evolução de matrículas no ensino médio por rede de ensino do Censo Escolar 2021

2021 foi o ano da recuperação das matrículas para a educação privada: rompemos a tendência decrescente em matrículas que vinha desde 2018, embora ainda estejamos em queda quando comparamos com 2017.

A situação é um pouco melhor no ensino médio, mas ainda assim o fantasma da queda de matrícula vem nos assombrando. O EM tem a vantagem de já vir com o marketing “pronto”: é através dele que os adolescentes vão se preparar para o ENEM.

Mas ao mesmo tempo, ele precisa oferecer inovação. E é exatamente sobre isso que falamos no próximo tópico:

Investimento em tecnologia pelas escolas privadas

Uma coisa a gente acha que é garantido: as escolas particulares são as que têm o maior investimento em tecnologia no Brasil, certo?

Nem tanto. Segundo o Censo Escolar 2021, as escolas privadas, apesar de terem bom desempenho na quantidade de recursos tecnológicos oferecidos aos alunos, são completamente ofuscadas pelos Institutos Federais. E, no caso do ensino fundamental até por escolas estaduais:

Captura de tela mostrando os recursos tecnológicos por rede de ensino no ensino fundamental do Censo Escolar 2021

No ensino fundamental, as escolas privadas estão sendo menos tecnológicas do que as escolas estaduais.

Em relação a computadores disponíveis para os alunos, a rede estadual tem 10% a mais de escolas equipadas do que as escolas privadas. Mas notebooks tem mais nas escolas particulares, com 50% delas equipadas.

A internet para os alunos também é mais comum em escolas estaduais do que nas escolas privadas. E a internet usada como forma de ensino também.

As escolas estaduais também têm mais lousas digitais e projetores nas salas de aula, mas as escolas privadas têm mais tablets para os alunos.

Mas essa briga é só pelo segundo lugar. As escolas federais lideram em todas as categorias da tecnologia na escola, com dados bem interessantes. Nos projetores, por exemplo: 95% delas tem pelo menos um.

No ensino médio, a situação é um pouco diferente para as escolas privadas. Veja:

tecnologia-EM-censo-escolar-2021

Veja só como as escolas particulares já estão melhores:

  • Computador para os alunos: 79,6% das escolas privadas têm;

- Notebook para os alunos: 57,1%, o melhor resultado entre federais e estaduais;

- Internet para os alunos: 73,1% das escolas privadas têm;

- Internet para ensino: 84% das escolas privadas usa;

- Lousa digital: o pior resultado, 29,4% contra 31,3% da rede estadual;

Tablet para alunos: 37,9% têm, apenas um décimo de diferença da rede federal de ensino.

O que fica claro no Censo Escolar 2021 é que o investimento em tecnologia precisa ser mais forte nas escolas privadas no ensino fundamental.

O espírito inovador anda lado a lado com o espírito empreendedor, porque empreender é inovar. Se estamos vendo uma queda nas matrículas da rede privada, devemos começar a nos perguntar por que isso está acontecendo.

Um dos motivos é esse: a inovação precisa ser melhor trabalhada, porque as escolas públicas estão oferecendo mais do que as escolas privadas no ensino fundamental.

O ensino médio, porém, é o grande carro chefe das escolas privadas. São escolas que já preparam o aluno para o ENEM e para o Vestibular, e acabam concentrando o maior esforço dos gestores.

Escolas públicas X privadas no ensino técnico

O ensino técnico representa uma ótima oportunidade para as instituições privadas, já que é nele que o ensino particular tem sua maior representação em matrículas e alunos.

Porém, muito por conta da crise econômica causada pela pandemia e exacerbada pelo cenário internacional e a incerteza da economia interna, estamos pouco a pouco perdendo matrículas para o ensino público.

Veja o gráfico pra gente discutir melhor:

Captura de tela mostrando a evolução de matrículas no ensino técnico por rede de ensino do Censo Escolar 2021

Veja que entre 2017 e 2021 perdemos 40.537 matrículas. E a rede pública ganhou mais 101.982 no mesmo período.

No geral, ao longo dessa série histórica, as matrículas no ensino técnico aumentaram cerca de 3,35%. Mas as matrículas na escola privada caíram 5,37%.

O que está acontecendo é que os brasileiros precisam de educação e querem investir nela. Mas ao mesmo tempo, a falta de dinheiro pode ser um fator determinante na queda das matrículas em instituições técnicas privadas.

Como se distribui o ensino técnico entre escolas públicas e privadas?

Mas veja bem: as instituições públicas sempre foram muito fortes no ensino técnico. Só que a maioria das iniciativas, na verdade, são estaduais. Isso é o que aponta o Censo Escolar 2021:

Captura de tela mostrando a distribuição de matrículas no ensino técnico por rede de ensino do Censo Escolar 2021

As instituições privadas que carregam a maior parte da matrícula são as mantidas pelas indústrias e empresas, como é o caso do SEBRAE, do SESI e do SENAI.

Para mudar essa realidade, será necessário um investimento de institutos privados e independentes. Escolas específicas, para habilitação em competências requeridas pelo mercado, precisam surgir de iniciativas próprias.

Esse cenário é um pouco mais complicado de mudar. A competição é grande - a maior parte dos institutos federais são mantidos por Universidades, cumprindo seu pilar de Extensão.

Uma ótima maneira de fomentar a participação privada no ensino técnico é fazer o mesmo: universidades particulares usando os saberes das suas faculdades para oferecer à população cursos de ensino técnico.

E claro: novas escolas que abrangem o ensino médio e técnico ao mesmo tempo.

As escolas privadas têm a menor taxa de insucesso do Censo Escolar 2021

Ótimas notícias para o ensino privado, e uma oportunidade de marketing grátis para todas as escolas: as taxas de abandono após reprovação são menores nas escolas particulares.

Dê uma olhada no gráfico:

Captura de tela mostrando a taxa de insucesso por rede de ensino segundo o Censo Escolar 2021

Veja como o maior pico de insucesso está na primeira série do ensino médio. Vamos lembrar do gráfico sobre inovações tecnológicas? Ele mostrou que há uma diferença bem grande entre as tecnologias usadas nas escolas particulares entre o ensino básico e o ensino médio.

E lá no tópico sobre isso falamos inclusive sobre como essa mudança poderia causar um estranhamento nos alunos, e os dados estão nos mostrando justamente isso.

Também podemos relacionar esse pico de insucesso no primeiro ano que o Censo Escolar 2021 nos mostra com a mudança de paradigmas entre o ensino básico e o ensino médio. Veja que a escola pública também tem um pico no mesmo período, seguido de queda no segundo e no terceiro ano.

Pelo foco estar mais no ENEM e no Vestibular, é natural que o ritmo de estudos seja mais forte nessa época da vida dos estudantes. Isso também nos mostra como o estudo com foco nesses exames precisa ser repensado.

Se estamos ensinando cidadania para os alunos da educação básica, quando chegamos no ensino médio tudo se transforma em uma corrida para passar no ENEM. E o engraçado é que o ENEM funciona na contramão dessa filosofia. A prova é elaborada levando em conta várias competências de aprendizado, incluindo a própria cidadania.

Mas isso é um assunto para a escola do futuro. Nós inclusive temos um texto sobre isso que vale muito a pena ler.

Como funciona o envio dos dados pelas escolas

Todas as instituições que trabalham com alguma das quatro modalidades de ensino citadas no tópico anterior devem enviar todos os dados requisitados dentro do prazo estipulado. Geralmente, o início da coleta de dados se dá na última quarta-feira do mês de maio de cada ano.

Para enviar as informações, as escolas precisam acessar o Educacenso, sistema informatizado de levantamento de dados do Censo Escolar.

O processo de coleta de dados funciona em duas etapas: a Matrícula Inicial, em que as escolas devem enviar os dados da instituição, gestores, turmas, alunos e professores; e a segunda fase é o módulo Situação do Aluno, em que são enviados dados sobre rendimento e movimento dos alunos que foram declarados na Matrícula Inicial.

Duas mulheres usando notebook.

Como fazer o Censo Escolar 2022 ficar mais fácil

Como falamos, o Censo Escolar é obrigatório nas escolas, e seu preenchimento muitas vezes acaba tomando muito tempo dos gestores, diretores e coordenadores.

Em muitas escolas, a falta de um inventário faz com que as informações sejam enviadas com erros. E em alguns casos, escolas até “descobrem” que tem um equipamento que nem se lembravam direito.

Mas de longe, o maior problema está em achar tempo para preencher tudo certo. E isso não precisa mais ser um problema.

No sistema IScholar, tudo é feito de forma automatizada. Você gera um arquivo para download, envia e pronto: está feito o Censo Escolar.

Pode parecer mágica, mas é só automação. Se você quiser saber mais sobre como podemos te ajudar no preenchimento do Censo Escolar, faça uma avaliação gratuita hoje!

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