Qual a diferença entre faculdade e universidade?
Se você trabalha no ensino superior, talvez já saiba a diferença entre faculdade e universidade. Mas talvez você nem pense muito nisso: a maioria das pessoas encara as duas palavras como sinônimos.
Mas elas não são sinônimos e as instituições possuem várias diferenças entre si. O tamanho, sua representação legal e os cursos que elas ministram são bem diferentes.
Hoje, com apoio das informações do MEC, vamos falar um pouco mais sobre a diferença entre faculdade e universidade. Além de entrarmos um pouco também na legislação, vamos falar de alguns pontos mais aprofundados sobre a atuação das duas instituições.
E aí, tudo pronto? Então vamos começar!
Qual a diferença entre faculdade e universidade?
Segundo o MEC, a maior diferença entre as faculdades e as universidades está na preocupação da universidade nos seus três pilares principais: o ensino, a pesquisa e a extensão.
Todas as universidades e centros universitários do país, sejam eles públicos ou privados, precisam levar esses três pontos adiante em tudo o que elas fazem.
Vamos falar um pouco mais sobre cada um desses pontos ao longo do texto, sobre o que eles representam de um jeito bem simples. Mas se você já trabalha em um centro universitário ou universidade, já tem uma boa ideia do que eles são.
Além dessa preocupação com ensino, pesquisa e extensão, ainda há algumas exigências que o MEC exige de instituições para que elas sejam reconhecidas como centros universitários.
As principais são:
Produção intelectual institucionalizada: a própria universidades, através dos recursos que ela recebe do governo ou das mensalidades, precisa ser uma produção intelectual gerida pelos seus institutos de forma independente, e “mediante o estudo sistemático dos temas e problemas mais relevantes”;
Capacitação dos professores: pelo menos um terço dos docentes precisam ter ou mestrado ou doutorado para aplicar aulas e gerir programas de pesquisa e extensão;
Regime integral: pelo menos um terço dos docentes precisa trabalhar em tempo integral na universidade.
Esses são os três principais critérios que determinam o que é uma Universidade ou um Centro Universitário. Mas não para por aí: continue na leitura que vamos falar sobre os pontos práticos da diferenciação:
Tem diferença nas aulas entre uma faculdade e universidade?
As aulas em si não mudam muito. Mas os cursos oferecidos são bem diferentes em uma Faculdade e em uma Universidade.
Um centro universitário, ou universidade, é composto por várias faculdades. Vamos para um exemplo prático: a USP é um centro universitário, mas dentro dela existem várias faculdades operando.
Um exemplo: a FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), a Escola Politécnica, que reúne as faculdades de Engenharia, a Faculdade de Direito, a Faculdade de Educação entre outras.
A USP é uma Universidade que contém dentro dela 15 Faculdades e 14 Institutos, que operam do mesmo jeito que as Faculdades.
Uma Faculdade vai ministrar apenas o seu curso de especialização. O que acontece muito é que várias faculdades vão se juntando no mesmo espaço físico.
Com o tempo e investimentos, essas faculdades se reúnem sob a administração de um Reitor, e se cumpridos os três pontos principais que a gente mencionou anteriormente, ela se torna um Centro Universitário.
Inclusive, essa é a forma determinada pelo MEC que novas Universidades surjam. Mais sobre isso no próximo tópico:
Como nasce uma Universidade particular?
Se você for olhar o histórico de como a Universidade privada que você trabalha nasceu, vai ver uma trajetória similar: antes existia uma Faculdade.
Depois duas no mesmo espaço. Esse espaço se tornou um Campus com várias faculdades. E de repente se tornou Universidade.
O MEC determina que as Universidades privadas nasçam como Faculdades segundo o Decreto n° 5773/2006:
§ 2º A criação de universidades privadas se dará por transformação de instituições de ensino superior já existentes e que atendam ao disposto na legislação pertinente.
E para além do seu surgimento, o MEC também faz determinações sobre a qualidade do ensino dos Centros Universitários nesse mesmo artigo:
São centros universitários as instituições de ensino superior pluricurriculares, abrangendo uma ou mais áreas do conhecimento, que se caracterizam pela excelência do ensino oferecido, comprovada pela qualificação do seu corpo docente e pelas condições de trabalho acadêmico oferecidas à comunidade escolar.
A autonomia dos centros universitários
Um ponto fundamental para entender a diferença entre faculdade e universidade está na sua autonomia.
Vamos pegar o exemplo de uma Faculdade no processo de transição para se tornar uma Universidade. É a Faculdade Politécnica Brasileira, fictícia, que tem cursos de Engenharia Civil, Elétrica e Mecânica.
Cada um desses cursos tem uma ementa definida pelo responsável pela Faculdade. Mas é claro: os professores fazem parte dessa definição, disso não há dúvida alguma. A questão é que os coordenadores do curso não podem responder diretamente ao MEC.
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Em Universidades, os Institutos têm autonomia para receber e enviar orientações para o MEC sem precisar da autorização de um Reitor.
Outro exemplo interessante: o Programa de Educação Tutorial, oferecido pelas Universidades Públicas, recebe verbas para bolsa e funcionamento diretamente do MEC.
Nesse caso, o MEC não precisa enviar a verba para a reitoria para que ela faça a distribuição. O Ministério envia a verba diretamente para os Tutores, que prestam contas aos Coordenadores do Instituto, que por sua vez vão prestar contas ao Reitor.
As Faculdades dentro de um Centro Universitário têm autonomia total para fazer inclusive seu próprio planejamento financeiro, além de criar disciplinas, contratar professores, realizar eventos etc. Tudo sem interferência alguma da própria Instituição.
Entendendo o tripé Ensino, Pesquisa e Extensão
Esses são os três principais pilares das Universidades, tanto públicas quanto privadas. É o tripé formativo que guia todas as atividades das Universidades brasileiras.
Inclusive, é por conta de iniciativas assim que vemos grandes projetos nascendo na Universidade. Vamos falar um pouco sobre a pandemia - mas prometo, é rápido.
Quando a pandemia começou, centenas de Universidades pelo país começaram a trabalhar pesado em pesquisas de desenvolvimento para criar métodos de produção mais acelerada de álcool gel. Algumas inclusive produzindo seu próprio.
E para além da prevenção, várias universidades começaram a medir os impactos das aulas remotas do ensino infantil e documentá-los.
Depois que a pandemia acabou, os esforços de pesquisa continuaram. São centenas de papers, TCCs e monografias falando sobre a pandemia e seus impactos sociais, econômicos e de saúde.
E além disso, várias outras iniciativas que ajudam diretamente as escolas.
Isso é Ensino, Pesquisa e Extensão. Práticas feitas em conjunto que, quando unidas, representam os três pilares fundamentais.
Veja com detalhes:
O que é o Ensino na Universidade?
É o básico que toda Universidade faz: oferecer aulas para os seus alunos, referências e os meios para que eles possam construir sua educação junto com os professores.
O pilar Ensino não é só as aulas regulares de uma Faculdade. É também o ato de abrir aulas para outros cursos, algo muito comum nas Universidades. Monitorias, horas em laboratório e aulas são os principais constituintes do Ensino.
O que é Pesquisa na Universidade?
A pesquisa é o ato de… bem, de pesquisar. Mas não é tão óbvio assim: é responsabilidade de toda Universidade oferecer as ferramentas que os alunos e professores precisam para conduzir sua pesquisa.
Isso inclui disciplinas ensinando a pesquisar, iniciativas como a Iniciação Científica, Programa de Educação Tutorial e cursos de Mestrado e Doutorado, transporte para Simpósios em outros estados (e até países) etc.
É dever de um Centro Universitário, inclusive os privados, garantir que os alunos tenham a possibilidade de pesquisarem o que eles querem, com o auxílio de professores que já fizeram esse caminho, já pesquisaram antes.
O que é a Extensão na Universidade?
A Extensão é o momento de dar de volta para o Brasil todo o conhecimento que a Universidade fomenta nas suas salas.
Esse é o ponto mais abstrato do tripé, e um que mostra bem a diferença entre faculdade e universidade. É através da Extensão que as Universidades vão além dos seus muros, criando programas abertos para que toda a comunidade possa participar.
Um exemplo: as Universidades costumam fazer feiras de profissões para alunos do ensino médio. É através delas que os alunos conversam diretamente com graduandos e professores e escolhem seus cursos.
Até os exemplos que demos mais cedo também têm um fundamento bem grande na Extensão. A produção de álcool gel pelas universidades durante a pandemia, por exemplo, é um exemplo claríssimo.
O que sua Faculdade precisa fazer para se tornar Universidade
Hoje, o que impede a sua Faculdade de ser uma Universidade, de acordo com o que a gente viu ao longo do texto?
O principal, com certeza absoluta, são os pontos destacados pelo MEC. Professores com mestrado e doutorado trabalhando em tempo integral e Faculdades independentes operando em conjunto.
Mas você precisa de um algo a mais: a organização acadêmica. Isso você só vai conseguir com um sistema robusto.
Todas as Universidades usam um ou vários sistemas de gestão acadêmica. Você provavelmente usa um. A pergunta que você precisa se fazer é: o meu sistema é tão bom quanto ele poderia ser?
Se a resposta for sim, te convido a conhecer os outros textos no nosso blog sobre Universidades. Temos bastante conteúdo te esperando.
Mas se a resposta for não, vou te convidar para conhecer outra coisa: o Sistema IScholar para gestão de faculdades e universidades.
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